quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Materialismo Histórico

Retomando alguns conceitos que já vimos, sabemos que o trabalho dos estruturalistas afirmava que a língua se organiza em estruturas. Como no exemplo:

Já os gerativistas vão buscar (por exemplo) o porquê de esta frase possuir o Determinante no plural e o Nome no singular. Procurando uma explicação lingüística para tal ocorrência, afirmando ser uma regularidade da língua portuguesa, pois, quando falo ‘os meninos’ refiro-me a um grupo de meninos, seria algo redundante dizer ‘os meninos’ diferente do inglês, no qual o plural é marcado no segundo elemento (the boys), sendo algo agramatical para o português *o meninos. Então o trabalho dos gerativistas é explicar porque a língua funciona desta forma.

Partindo agora para o foco principal do texto, os materialistas fogem um pouco desse âmbito estritamente lingüístico, pois vão pensar na linguagem não apenas no aspecto lingüístico, mas também no aspecto social e histórico.

Defendendo a idéia de que no nível do sentido existe uma ordem do enunciável, atingindo tanto o objeto como o sujeito da enunciação. E também existe uma espécie de filtros lingüísticos que filtram o que de deve ser dito ou não numa enunciação, estes são chamados de controle e rarefação dos discursos.

Os materialistas focam seu trabalho na área de pensar nas condições e possibilidades do discurso.

Bakhtin em 1920 escreveu sobre duas orientações da época, a qual deu o nome de:

- Objetivismo abstrato;

- Subjetivismo idealista

A orientação do objetivismo abstrato enquadra-se em Saussure, pois é escrito com base no sistema lingüístico, no qual a fala é tida como autônoma segundo esta teoria. Já para Bakhtin não tem como pensar a linguagem em um sistema, pois este não conseguiria pensar em todos os fenômenos da linguagem se levassem em consideração os sujeitos. Pois a minha fala depende da fala de outra pessoa, ela se ancora em outra fala, não sendo autônoma enquadrando-se no subjetivismo idealista.

Dentro desse subjetivismo idealista segundo Karl Vassler existe um recurso estilístico dentro do discurso, pois a linguagem é subordinada aos sujeitos no qual ‘eu’ posso modificá-lo produzindo assim um recurso estilístico no meu discurso. Então ao falar eu me constituo como sujeito.