segunda-feira, 31 de maio de 2010

Retrospectivas e Perspectivas da Historiografia da Linguística no Brasil - Cristina Altman

Este é um breve resumo do texto da Prof. Dr. Cristina Altman (USP) sobre historiografia linguística no Brasil. Clique aqui para visualizar o artigo completo em pdf.


O primeiro desafio do historiógrafo da linguística está na explicitação dos limites do seu domínio e na enumeração de seus objetos possíveis.

Ainda hoje determinar do que se trata exatamente o objeto-linguagem, é para qualquer historiógrafo uma tarefa complexa.

A história do campo das “ciências da linguagem” esbarra na dificuldade de se estabelecer com clareza os diferentes grupos no processo de institucionalização da mesma, na qual sua história faz parte da história geral das ciências das disciplinas.


O Registro das Tradições Linguísticas Latino-Americanas

Nos séculos XVI ao século XIX, o contato com as línguas dos países dominados aumentaram quantitativa e qualitativamente o conhecimento empírico sobre as línguas.
Até o século XX, certas tradições de estudos foram subestimadas e excluídas da historiografia, no processo de seleção das idéias e práticas linguísticas.

A América Espanhola produziu muitas gramáticas, bem mais do que a América Portuguesa.

Em 1539 a cidade do México já possuía imprensa; em Lima ela surgiu em 1582 e em 1551 foram criadas universidades, além de uma cátedra para estudos em 1580. Enquanto isso, no Brasil a imprensa e as primeiras universidades, foram surgir apenas no século XX.

Devido a esse demorado processo, só há duas línguas exóticas descritas na América latina: o Tupi e o Kiriri.
Os colonizadores também catalogavam as línguas e verificavam o que havia de diferente ou semelhante entre elas, essa era uma forma de controlavam a heterogeneidade linguística na América.

O Registro Histórico das Tradições Linguísticas Brasileiras


Para Joaquim Mattoso Câmara Jr., o Tupi missionário era quase artificial, bem distante do Tupi natural que lhe serviu de base. Pois buscavam melhorar a língua dos índios, moldando ao latim. Dessa forma, usavam modelos de latim das obras de Donato e Prisciano, divididas em oito partes da oração: nome, pronome, verbo, particípio, preposição, advérbio, interjeição e conjunção.

Perspectivas da Historiografia Linguística

A historiografia linguística tem como objetivos descrever e explicar como se produziu e desenvolveu o conhecimento linguístico em um determinado contexto social e cultural através do tempo, no qual não se busca a compreensão intensa nem a interpretação dos fatos.

- Devido à instalação tardia da Linguística em nosso país, os lingüistas brasileiros estavam mais preocupados com as novas teorias que surgiam na Linguística em âmbito internacional, do que com o que estava realmente acontecendo no Brasil até então.

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