quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Materialismo na Língua

Análise do Discurso de Orientação Francesa


A análise do discurso busca resgatar o que Saussure deixou a deriva, como o estudo sobre:


>Sujeito

>História

>Referente


- A análise do discurso pensa Sujeito como determinado pela História;

- Pensar História enquanto luta de classes;

- Pensar Referente construído no e pelo discurso (diferente de outras teorias clássicas).

Não existe apenas uma única forma de pensar no discurso, este pode ser pensado de quatro formas diferentes a luz do materialismo:


>Pêcheuxtiano

> Foucaultiano

>Bakhtiniano

>Norman Fairclough


- Pêcheux parte da idéia de que o discurso é determinado pela história, pois não tem como pensar na língua sem levar em consideração a relação que ela mantém com a linguagem baseando-se na luta de classes. Por exemplo, um referente possui duas formas de interpretação. (Relação de idealismo x discurso).

- Foucault, centrado no materialismo, tenta pensar as relações do discurso com as possibilidades que o levam a erupção, pois antes de um determinado discurso ganhar estatuto, foi proferido diversas vezes, até chegar ao seu auge (entrar em erupção).

- Bakhtin pensa na linguagem enquanto produto de um ‘eu’ que fala e um outro sujeito.

- Norman Fairclough faz uma análise crítica do discurso, dizendo como determinadas lutas sociais se materializam num discurso. Por exemplo, o discurso politicamente correto.


A análise do discurso de orientação francesa surge com Pêcheux no final dos anos 60, numa tentativa de construção althusseriana da linguagem, a qual possui suas inerências. Como, por exemplo, a de pensar a língua diferentemente de Saussure e seu sistema lingüístico, buscando trabalhar não com a língua, mas com o discurso em particular.

No surgimento dessa disciplina há uma efervescência na sociedade, com o descobrimento de várias teorias.

A análise do discurso surge a partir da articulação de três regiões do conhecimento:


>Marxismo (althusseriana), que afirma que a linguagem é transparente;

>Psicanálise (lacaniana), o qual considera que o inconsciente é ahistórico (não determinado pela ideologia);

>Estruturalismo Linguístico (Saussuriano), que não leva em consideração – sujeito, história e referente.


A análise do discurso vai questionar essas três articulações, contrariando-as.


Hipóteses de Trabalho da Análise do Discurso


O problema da análise do discurso é dizer como a ideologia se materializa em um texto, pois o objeto de trabalho da análise do discurso não é o texto, mas sim o discurso, buscando identificar como a ideologia se organiza e/ou manifesta em um texto, partindo da idéia de que um discurso se relaciona com outros discursos de outro tempo ou lugar. Pois, não dá para se pensar o dito sem levar em consideração o já dito.


Mas a análise do discurso surgiu duplamente na:


>Revista Langages nº 13 de Jean Dubois, 1969;

>Livro: Análise Automática do Discurso de Michael Pêcheux, 1969.


Segundo Denise Maldidier, a análise do discurso possui três fases:


>O tempo das grandes construções - 1969 a 1975;

>Tateamentos - 1976 a 1979;

>A desconstrução domesticada - 1980 a 1983.


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