terça-feira, 1 de junho de 2010

Mattoso Câmara e a Língua Oral

Este é um breve resumo do artigo escrito pelo Professor Carlos Eduardo Falcão Uchôa.


Até meados dos anos 60 o que predominava eram os estudos filológicos.

Mattoso Câmara foi o pioneiro nos estudos lingüísticos no correr dos anos 40, 50 e 60. Contudo o linguísta não rompe com a tradição filológica, mas convive com ela ao mesmo tempo em que inaugura novos rumos em relação ao estudo da linguagem.

A preocupação em seus estudos era estudar a linguagem no seu plano universal, como atividade inerente ao ser humano, revelando dessa forma, seu objetivo de fazer lingüística teórica.

Mattoso não só elegia a língua como seu objeto de estudo, mas também a literatura. Além disso, pensava ora sincronicamente, ora diacronicamente. Contudo, essa característica eclética de Mattoso Câmara pode ser considerada uma tentativa de propor uma linguística brasileira

Com os seus conhecidos Princípios de Linguística Geral (1941), Mattoso foi o primeiro a divulgar no Brasil, um discurso mais abrangente sobre esses fundamentos. Consequentemente foi o primeiro professor a lecionar Linguística regularmente num curso de Letras do país.

Num segundo momento de sue pioneirismo nos estudos sobre a linguagem, Mattoso busca um estudo mais sistemático e mais fundamentado na língua oral, refletindo nitidamente seu interesse pela língua falada. Dessa forma concentra-se nos estudos fonológicos e morfológicos do português dos anos 60, buscando explicar as irregularidades das pronúncias em diferentes partes do Brasil por meio de regras fonéticas.

Mattoso Câmara escreveu várias obras sobre a linguagem oral como: Princípios de Linguística Geral, Manual de Expressão Oral e Escrita, Manual de Transcrição Fonética, entre outras.

A contribuição de Mattoso no processo histórico do estudo da língua oral foi relevante “não a via como uma ‘língua escrita cheia de erros’, mas sim, como uma modalidade de língua que tem seus próprios mecanismos de funcionamento”.

Carlos E. F. Uchôa insinua que Mattoso não foi tão estruturalista e filológico quanto se pensa. Como "prova", ele coloca os estudos fonéticos, sincrônicos e diacrônicos, que impossibilitam o rótulo de pesquisador estritamente estruturalista.


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